segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

IBC-BR de outubro

Sintetizando a intensificação do ritmo de queda captada para outubro a partir de diversos indicadores divulgados recentemente (como produção industrial, vendas do varejo ou setor de serviços, por exemplo), o IBC-BR, divulgado na última quinta-feira, apresentou queda de 5,28% em outubro, em comparação com igual mês de 2015, a mais forte desde março nesse tipo de comparação. Com isso, o acumulado no ano voltou a sofrer um recuo: após redução de -4,93% para -4,77% de agosto para setembro, a inclusão de outubro nos leva a um acumulado de -4,82% no ano. Projetando-se novembro e dezembro a partir de uma média dos 12 meses precedentes, atingiríamos uma taxa de crescimento da atividade econômica de -4,98%; o mesmo exercício a partir de uma média dos 3 meses precedentes renderiam -4,88%. Considerando o IBC-BR, ainda que a atividade econômica se estabilizasse nos dois últimos meses do ano, a taxa de crescimento seria de -4,57% em virtude do apurado até outubro. A mediana projetada pelo mercado financeiro para o crescimento do PIB em 2016, agora estabilizada em -3,48%, de acordo com o Boletim Focus divulgado hoje, pressupõe uma taxa de crescimento de -2,00% para o último trimestre do ano, na comparação com igual trimestre de 2015, o que, com a queda apurada para outubro, significa contarmos com um forte arrefecimento no ritmo de queda para os últimos dois meses de 2016.

quarta-feira, 30 de novembro de 2016

PIB no terceiro trimestre de 2016

Com os dados para as Contas Nacionais Trimestrais, divulgados hoje, constatamos uma taxa de crescimento de -4,4% para o acumulado em quatro trimestres, menor do que os -4,8% acumulados até o segundo trimestre do ano, a queda mais intensa registrada em toda a série histórica. Ainda para os acumulados, todos os componentes da demanda registraram redução no ritmo de queda, com destaque para a formação bruta de capital fixo, passando de -15,0% até o segundo trimestre para -13,5% acumulados até o terceiro trimestre. Para as exportações, redução na taxa de crescimento de 7,2% para 6,8% foi registrada no período. A discrepância entre a taxa de crescimento do PIB e a apuração do nível de atividade registrada pelo IBC-BR aumentou mais uma vez, indicando perda do poder de previsão desse indicador (-5,5% do IBC-BR ante -4,4% do PIB); de fato, a correlação entre as duas séries para acumulados trimestrais, apesar de elevada, vem se reduzindo nos últimos trimestres.

Na comparação deste terceiro trimestre contra igual trimestre de 2015, crescimento de -2,9% foi registrado, sendo que a maior queda se deu no quarto trimestre de 2015 (-5,8%), comparado a igual trimestre do ano anterior. Com relação à mediana do mercado financeiro, de acordo com o último boletim Focus divulgado, devemos fechar o ano com uma taxa de crescimento do PIB de -3,49%. Para tal previsão se concretizar, o PIB do quarto trimestre de 2016 teria que cair a um ritmo menor com relação ao último trimestre de 2015, a uma taxa de -2,05%. Nessa mesma comparação, caso ocorresse estagnação neste último trimestre de 2016, fecharíamos o ano com uma taxa de crescimento de-2,99%.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Desigualdade no terceiro trimestre de 2016

Estou postando uma pequena nota de pesquisa para nos ajudar a entender o que está acontecendo com as medidas de desigualdade no cenário atual: http://nemec-ufrn.blogspot.com.br/p/blog-page.html

Uma redução da desigualdade com queda na renda real foi observada para 2015, de acordo com os dados da PNAD anual divulgados sexta-feira da semana passada, 25/11. Esse é também o quadro encontrado para o segundo trimestre de 2016, de acordo com a PNAD Contínua, cujos microdados para o terceiro trimestre de 2016 foram divulgados na terça-feira da semana passada, 22/11.

quinta-feira, 17 de novembro de 2016

IBC-BR de setembro

Para dados atualizados com a inclusão de setembro, divulgados hoje, o IBC-BR voltou a cair num ritmo mais forte do que o apurado no mês imediatamente anterior. Na comparação com iguais meses do ano anterior, setembro registrou queda da atividade econômica de 3,67%, ante 2,64% registrada para agosto. No ano de 2016, queda menor foi apurada ainda para o mês de junho (2,90%), o que faz de setembro o mês com a terceira menor taxa de crescimento negativa do ano. Para acumulados no ano, contudo, confirma-se o arrefecimento no ritmo de queda: com a inclusão de setembro, fechamos os 3 primeiros trimestres do ano com taxa de crescimento de -4,83%, frente -4,97% no acumulado até agosto. Trimestralizando os dados mensais e tomando o acumulado em quatro trimestres, o que torna a comparação com dados para o PIB mais adequada, a redução no ritmo de queda foi muito pequena na passagem do segundo para o terceiro trimestre: o segundo trimestre foi encerrado com uma taxa de crescimento de -5,49% e o terceiro trimestre com uma taxa de -5,45%, bastante próxima à nossa projeção considerando que setembro teria um crescimento dado pela média dos 3 meses imediatamente anteriores (-5,46%). Com os dados para o IBC-BR fechados para 3/4 do ano, ainda que o último trimestre apresentasse estabilidade (taxa de crescimento nula), encerraríamos o ano com uma taxa de crescimento da atividade econômica de -4,18%. Apesar de a mediana do Boletim Focus para o crescimento do PIB estar sendo revista para baixo recorrentemente, essa ainda se encontra em -3,37%, o que pressupõe expectativa de recuperação neste último trimestre do ano.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

IBC-BR de agosto

O IBC-BR de agosto, divulgado hoje, apurou a menor queda do ano nas comparações com iguais meses de 2015, com taxa de crescimento de -2,72%. Assim, o acumulado do ano que, até julho (com dados atualizados pelo BC), apresentava taxa de crescimento de -5,30%, passa a apresentar, com a inclusão do mês de agosto, uma taxa de crescimento de -4,98%.  Projetando-se para setembro um crescimento dado pela média dos 12 meses imediatamente anteriores, encerraríamos o terceiro trimestre com um acumulado para quatro trimestres de -5,51% (ante -5,66% na projeção sem o dado para agosto); com a projeção dada pela média dos 3 meses precedentes, a taxa de crescimento no fechamento do terceiro trimestre seria de -5,46% (ante -5,55% na projeção anterior). O carregamento dos 8 primeiros meses do ano indica que se a atividade econômica se estabilizasse a partir de setembro (com cada mês reproduzindo o ocorrido no mesmo mês do ano anterior), fecharíamos o terceiro trimestre com uma taxa de crescimento de -5,36% e o ano de 2016 com um crescimento de -3,88% (ante 3,65% na projeção anterior), ainda muito acima da mediana divulgada no último Boletim Focus, de -3,19%.

segunda-feira, 19 de setembro de 2016

IBC-BR de julho

Com a divulgação de hoje do IBC-BR de julho, não pode ser observada alteração significativa no acumulado do ano: se, até junho, com dados atualizados, tivemos um acumulado de -5,30% de crescimento da atividade econômica, somando-se o mês de julho obtemos um acumulado de -5,29%. Nas comparações com igual mês do ano anterior, o mês de julho voltou a apresentar uma forte queda, de 5,20%, a maior desde a apresentada em março, de 6,52%; abril, maio e junho de 2016, comparados a iguais meses de 2015, apresentaram, respectivamente, quedas de 4,82%, 4,79% e 2,90%. Nossas projeções apontam que: (i) se o crescimento para agosto e setembro for dado pela média dos 12 meses imediatamente anteriores, alcançaremos uma taxa de crescimento de -5,66% (ante -5,48% medida até o segundo trimestre) no acumulado em quatro trimestres até o terceiro trimestre do ano; e (ii) se o crescimento para agosto e setembro for projetado pela média dos 3 meses imediatamente anteriores, atingiremos um crescimento de -5,55% no fechamento do terceiro trimestre. Finalmente, ainda que a atividade econômica tivesse se estabilizado a partir de agosto (com cada mês reproduzindo o ocorrido no mesmo mês do ano anterior), somente pelo contabilizado até julho, fecharíamos o terceiro trimestre a um ritmo de queda de 5,20% e o ano de 2016 com um crescimento negativo de 3,65%. Para atingirmos uma taxa de crescimento do PIB de -3,15%, divulgada hoje no Boletim Focus, pressupõe-se, portanto, recuperação da atividade econômica em algum momento deste segundo semestre e não mais somente uma estabilização da mesma.

quarta-feira, 31 de agosto de 2016

PIB no segundo trimestre de 2016

Com os dados divulgados hoje pelo IBGE, confirmamos, para acumulados em quatro trimestres, um ritmo de queda ligeiramente mais intenso do que o observado até o primeiro trimestre do ano: taxa de crescimento de -4,9% ante -4,7% observada anteriormente. Em comparação com os dados do IBC-BR, a direção da intensificação do ritmo de queda foi confirmada, mas a discrepância com relação aos dados do PIB aumentou (-5,5% foi a taxa prevista pelo IBC-BR para acumulados em quatro trimestres até junho). Pela comparação direta trimestre contra mesmo trimestre do ano anterior, a fase mais aguda de queda (5,9%) parece ter ficado no quarto trimestre de 2015, com quedas registradas de 5,4% e 3,8% para os dois primeiros trimestres de 2016, respectivamente.

sexta-feira, 12 de agosto de 2016

IBC-BR de junho

Com a incorporação dos dados para o mês de junho, fechamos o acumulado do ano para este primeiro semestre a uma taxa de crescimento da atividade econômica de -5,38%, ante -5,82% no acumulado até maio e -6,04% no acumulado até abril, com dados atualizados. Portanto, os dados divulgados hoje pelo Banco Central ratificam a redução no ritmo de queda já observada na divulgação anterior. Para o acumulado em quatro trimestres, fechamos o primeiro semestre a um ritmo de queda levemente inferior ao projetado com os dados até maio: -5,50% de crescimento efetivo ante -5,54% com os dados da divulgação anterior (seja projetando junho pela média dos 3 meses ou 12 meses imediatamente anteriores). Partindo da hipótese de estabilização do produto no segundo semestre (com cada mês a partir de julho repetindo os resultados observados no ano anterior), fecharíamos o ano com uma taxa de crescimento de -3,25%, o que nos leva para muito perto da mediana projetada pelo mercado financeiro para o crescimento do PIB, de -3,23%, conforme último Boletim Focus. Assim, é seguro dizer que as apostas de momento do mercado financeiro convergem para a hipótese de estabilização do produto no segundo semestre de 2016.

quinta-feira, 14 de julho de 2016

IBC-BR de maio

Com os dados do IBC-BR relativos a maio, divulgados hoje, constatamos uma redução no ritmo de queda da atividade econômica: se a divulgação até abril apontava para uma taxa de crescimento de -5,97% no acumulado do ano, a inclusão de maio nos leva a uma taxa de -5,79%. Todavia, como o arrefecimento não significa que a atividade econômica deixou de cair, os 5 primeiros meses do ano já garantem uma queda de 5,39% ao fecharmos o primeiro semestre do ano e de 2,97% no fechamento do ano (contra 2,55% da projeção anterior), considerando que a atividade econômica se estabilizasse (crescimento nulo com relação a igual mês do ano anterior) de junho em diante. As hipóteses de crescimento para junho a partir da média dos 3 meses imediatamente anteriores ou dos 12 meses imediatamente anteriores rendem a mesma taxa de crescimento para o fechamento do semestre (sempre para acumulados em quatro trimestres): -5,54%, similar à observada em projeção anterior. Vale ressaltar que fechamos o primeiro trimestre com uma taxa de crescimento do PIB, também para o acumulado em 4 trimestres, de -4,7%; assim, ainda que o ritmo de queda tenha se arrefecido em maio, as perspectivas para o fechamento do semestre são de queda mais pronunciada que a observada no primeiro trimestre.

quinta-feira, 16 de junho de 2016

IBC-BR de abril

Com a divulgação de hoje para o IBC-BR de abril, constatamos uma leve redução no ritmo de queda da atividade econômica: enquanto o primeiro trimestre apontava um ritmo de queda de 6,30% com relação a igual período do ano anterior, o quadrimestre, com a inclusão do dado de abril, apresenta uma taxa de crescimento de -5,97%. No entanto, para acumulados em quatro trimestres, ainda que maio e junho não apresentassem variação com relação ao ano anterior (estagnação), fecharíamos o semestre a um ritmo de queda de 5,12% (contra 4,70% na projeção anterior, caso não tivéssemos variação também para abril). Com a mesma hipótese de estagnação de maio em diante, fecharíamos o terceiro trimestre a um ritmo de -4,12% e o ano com crescimento de -2,55%. Ao projetarmos maio e junho pela média do crescimento dos 3 meses precedentes, encontramos, para o fechamento do semestre, uma taxa de crescimento de -5,56% (ante -5,68% da projeção anterior, sem o dado de abril), similar à taxa encontrada projetando-se a média do crescimento dos 12 meses precedentes, de -5,55% (ante -5,56% da projeção anterior).

quarta-feira, 1 de junho de 2016

PIB no primeiro trimestre de 2016

Com a divulgação dos dados das Contas Nacionais Trimestrais para o primeiro trimestre de 2016, realizada agora há pouco, confirmamos um ritmo de queda ainda mais forte que o observado até o fechamento de 2015. Para o acumulado em quatro trimestres, a taxa de crescimento do PIB foi de -4,7%. Nossas projeções, utilizando os dados do IBC-BR de janeiro, fevereiro e março, respectivamente, já indicavam uma estabilização para um ritmo de queda mais acentuado que no ano anterior: -4,85%, -4,83% e -4,86%. Os componentes consumo das famílias, formação bruta de capital fixo e consumo do governo apresentaram aceleração no ritmo de queda, em comparação com o registrado até o fechamento de 2015.

quinta-feira, 19 de maio de 2016

Desigualdade no primeiro trimestre de 2016

Prosseguindo com o acompanhamento da desigualdade de rendimentos, calculada a partir dos microdados da PNAD Contínua e representada pelo índice de Gini (Nota de pesquisa e postagens anteriores de 15 de março e 22 de abril), já contamos com os microdados para o primeiro trimestre de 2016, divulgados hoje.

O aumento da desigualdade, iniciado no último trimestre de 2015, ganhou força no primeiro trimestre deste ano, acompanhando a elevação da taxa de desocupação: o coeficiente de Gini passou de 0,5577 no quarto trimestre de 2015 para 0,5673 no primeiro trimestre de 2016, acompanhando a passagem de 9,0% para 10,9% na taxa de desocupação no mesmo período.


O nível de desigualdade, representado pelo índice de Gini de 0,5673, é o segundo maior da série para a PNAD Contínua, constituindo o maior nível de desigualdade observado desde o primeiro trimestre de 2012 (0,5719). Na comparação com iguais trimestres dos anos subsequentes, temos 0,5623 para o primeiro trimestre de 2013, 0,5559 para 2014 e 0,5544 para 2015.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

IBC-BR de março

Com a divulgação do IBC-BR de março, realizada hoje pelo Banco Central, confirma-se a estabilização do ritmo de queda da atividade econômica: sempre para acumulados em quatro trimestres, taxa de crescimento de -4,86% ao fechamento do trimestre (ante projeções de -4,85% e -4,83% a partir das divulgações do IBC-BR de janeiro e fevereiro). Caso o ritmo de queda para cada mês no próximo trimestre fosse igual à média dos três meses imediatamente anteriores, encerraríamos o semestre com uma taxa de crescimento de -5,68%; se o ritmo de queda fosse ditado pelos doze meses imediatamente anteriores, fecharíamos o semestre com -5,56%. Para termos uma noção acerca do efeito da queda já apurada até então, supondo estagnação nos próximos meses (crescimento zero com relação a igual mês do ano anterior), encerraríamos o semestre com uma taxa de crescimento de -4,70% e o ano com uma taxa de crescimento de -2,12%. Vale ressaltar que, de acordo com o último boletim Focus, fecharemos o ano com uma taxa de crescimento do PIB de -3,86%. Ou seja, o mercado financeiro trabalha com a hipótese de arrefecimento do ritmo de queda ao longo do ano, permanecendo, contudo, o crescimento em terreno negativo.

sexta-feira, 22 de abril de 2016

IBC-BR de fevereiro

A divulgação do IBC-BR, realizada hoje pelo Banco Central, chama a atenção para a nova metodologia adotada para o cálculo do IBC-BR, mormente em função da substituição dos indicadores de mercado de trabalho obtidos anteriormente a partir da PME (descontinuada, como amplamente divulgado) pelos calculados por meio da PNAD Contínua (explicação a partir da página 23 deste Relatório de Inflação de Março). Comparação, efetuada no mesmo relatório, destaca que não foram observadas alterações acentuadas na trajetória do indicador.


Procedemos, assim, à análise dos resultados levando em conta a nova série divulgada pelo Banco Central. Projetando o fechamento do primeiro trimestre a partir da média do crescimento de dezembro, janeiro e fevereiro, observamos que o ritmo de queda parou de ganhar força: (i) a projeção é ter encerrado o primeiro trimestre a uma taxa de crescimento de -4,83%, sempre para acumulados em quatro trimestres, similar à observada a partir dos dados anteriores considerando novembro, dezembro e janeiro; (ii) sob a hipótese de estagnação (com relação a igual mês do ano anterior) a partir de março, teríamos queda de 4,65% no primeiro trimestre e de 4,12% no primeiro semestre de 2016.