quinta-feira, 19 de maio de 2016

Desigualdade no primeiro trimestre de 2016

Prosseguindo com o acompanhamento da desigualdade de rendimentos, calculada a partir dos microdados da PNAD Contínua e representada pelo índice de Gini (Nota de pesquisa e postagens anteriores de 15 de março e 22 de abril), já contamos com os microdados para o primeiro trimestre de 2016, divulgados hoje.

O aumento da desigualdade, iniciado no último trimestre de 2015, ganhou força no primeiro trimestre deste ano, acompanhando a elevação da taxa de desocupação: o coeficiente de Gini passou de 0,5577 no quarto trimestre de 2015 para 0,5673 no primeiro trimestre de 2016, acompanhando a passagem de 9,0% para 10,9% na taxa de desocupação no mesmo período.


O nível de desigualdade, representado pelo índice de Gini de 0,5673, é o segundo maior da série para a PNAD Contínua, constituindo o maior nível de desigualdade observado desde o primeiro trimestre de 2012 (0,5719). Na comparação com iguais trimestres dos anos subsequentes, temos 0,5623 para o primeiro trimestre de 2013, 0,5559 para 2014 e 0,5544 para 2015.


sexta-feira, 13 de maio de 2016

IBC-BR de março

Com a divulgação do IBC-BR de março, realizada hoje pelo Banco Central, confirma-se a estabilização do ritmo de queda da atividade econômica: sempre para acumulados em quatro trimestres, taxa de crescimento de -4,86% ao fechamento do trimestre (ante projeções de -4,85% e -4,83% a partir das divulgações do IBC-BR de janeiro e fevereiro). Caso o ritmo de queda para cada mês no próximo trimestre fosse igual à média dos três meses imediatamente anteriores, encerraríamos o semestre com uma taxa de crescimento de -5,68%; se o ritmo de queda fosse ditado pelos doze meses imediatamente anteriores, fecharíamos o semestre com -5,56%. Para termos uma noção acerca do efeito da queda já apurada até então, supondo estagnação nos próximos meses (crescimento zero com relação a igual mês do ano anterior), encerraríamos o semestre com uma taxa de crescimento de -4,70% e o ano com uma taxa de crescimento de -2,12%. Vale ressaltar que, de acordo com o último boletim Focus, fecharemos o ano com uma taxa de crescimento do PIB de -3,86%. Ou seja, o mercado financeiro trabalha com a hipótese de arrefecimento do ritmo de queda ao longo do ano, permanecendo, contudo, o crescimento em terreno negativo.