segunda-feira, 18 de dezembro de 2017

IBC-BR de outubro

A divulgação de hoje do IBC-BR ajuda a justificar o otimismo do mercado financeiro com relação ao crescimento do PIB para 2017 - além de as estimativas para o fechamento do ano implicarem crescimento maior neste último trimestre do que o apurado nos primeiros três quartos do ano, essas vêm sendo revistas para cima, de modo que a mediana das previsões, que se situava em 0,73% quatro semanas atrás, já é de 0,96% na divulgação de hoje do Boletim Focus. Na comparação com igual mês do ano anterior, outubro registrou crescimento de 2,92%. No entanto, vale o registro de que o crescimento de setembro foi revisto para baixo desde a divulgação anterior, passando de 1,30% para 0,68% na divulgação de hoje, o que levou a estimativa para o crescimento no terceiro trimestre de 1,45% para 1,16%. No acumulado do ano, a inclusão de outubro nos situa a uma taxa de crescimento de 0,75%, enquanto teríamos 0,51% a partir dos dados já revisados até setembro. Da menor para a maior taxa de crescimento para o fechamento do ano, teríamos 0,42% supondo estagnação em novembro e dezembro, 0,44% e 0,56%, respectivamente, ao projetarmos os dois meses restantes do ano a partir de médias do crescimento para doze e três meses imediatamente anteriores.

sexta-feira, 1 de dezembro de 2017

PIB no terceiro trimestre de 2017

Na comparação com igual trimestre do ano anterior, o terceiro trimestre de 2017 apresentou uma taxa de crescimento de 1,41%, resultado muito próximo ao antecipado pelo IBC-BR (1,45%). No acumulado para quatro trimestres, entretanto, a taxa indicada pelo IBC-BR (-1,01%) em muito superestima a magnitude da queda verificada na divulgação de hoje das Contas Nacionais Trimestrais (-0,17%), implicando uma aderência muito menor do indicador para os trimestres anteriores. Dentre as atividades econômicas, de longe, a contribuição positiva da Agropecuária é a maior para o acumulado em quatro trimestres, a partir de uma alta de 11,6%, algo menor (9,1%) tomando-se somente o terceiro trimestre na comparação com igual período do ano anterior. Nessa comparação, também a Indústria de transformação apresentou crescimento significativo (2,4%), mesma taxa apresentada pela Indústria extrativa. Destaque positivo também para o Comércio (3,8%) e negativo, mais uma vez, para a Construção (-4,7%). Decompondo-se o crescimento de 1,4% pelos componentes da demanda, as contribuições positivas vieram do Consumo das Famílias, cuja taxa de crescimento de 2,2% contribuiu positivamente com 1,4%, e das Exportações, com uma taxa de crescimento de 7,6% contribuindo com 1,0% para o crescimento. As taxas de crescimento dos demais componentes (-0,6% para o Consumo do Governo, -0,5% para a Formação Bruta de Capital Fixo e +5,7% para as Importações) contribuíram negativamente com 0,1%, 0,1% e 0,8%, respectivamente, a serem somadas à contribuição negativa de 0,1% da Variação de Estoques. Sobre essa última, ao contrário do apurado para os dois primeiros trimestres do ano, sua contribuição passou a ser negativa neste terceiro trimestre, apesar de ainda constituir a principal contribuição positiva ao crescimento no acumulado em quatro trimestres. À exceção das Exportações, todos os demais componentes da demanda ainda contribuem negativamente para o crescimento do PIB acumulado em quatro trimestres. Comparando-se as duas últimas divulgações para trimestres com relação ao mesmo período do ano anterior, merecem destaque ainda nova mudança de sinal para as Importações (que estavam em queda até o último trimestre de 2016, apresentaram crescimento no primeiro trimestre de 2017, nova queda no segundo e crescimento neste terceiro trimestre), a redução do ritmo de queda da Formação Bruta de Capital Fixo (de -6,5% para -0,5%) e do Consumo do Governo (de -2,4% para -0,6%), além da aceleração do crescimento de Consumo das Famílias (de 0,7% para 2,2%) e Exportações (de 2,5% para 7,6%).